quinta-feira, 24 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 11: primeiros resultados da resistência

 

A resistência em defesa do serviço público, articulada não só em Santa Catarina, mas em todo o país, conseguiu um importantíssimo resultado por ocasião da votação do relatório de Darci de Matos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. 

Embora o relatório tenha sido aprovado na CCJ, ocorreram dificuldades do governo em avançar a pauta na Comissão: 

- Houveram diversos atrasos;

- Um placar abaixo da expectativa do governo (39 a favor e 26 contra). Com 4 votos abaixo dos 43 necessários para alcançar ⅔.

- E o principal avanço em defesa do serviço público: corte de pontos como a subsidiariedade e os decretos autônomos. 

O trabalho unificado das entidades conseguiu inclusive mudar voto que já tinha se manifestado publicamente pró PEC. 

Que a PEC passaria nesta comissão não tínhamos muitas dúvidas: basta ver a composição da mesma. Mas tanto a alteração do texto como a diferença de votos mostra que estamos no caminho certo. 

Para termos comparação da importância da retirada do princípio da subsidiariedade, ela pode de certa forma ser comparada com a retirada da capitalização na reforma da Previdência. Ainda não é o ideal, mas sem dúvidas foi possível retirar o que era considerado a menina dos olhos de Paulo Guedes e seus interesses. 

Agora a luta se dá na Comissão Especial instituída para analisar a matéria. 

Nas próximas postagens apresentaremos as próximas ações e formas de resistência durante a tramitação no Congresso. 

#PEC32NÃO

terça-feira, 22 de junho de 2021

Fórum Estadual dos Servidores participa de audiência pública sobre reforma administrativa na Alesc

A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) realiza nesta quinta-feira, 24 de junho, uma audiência pública sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, e trata da reforma administrativa. A audiência, convocada pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia, terá início às 14 horas, por videoconferência, com transmissão ao vivo pela TVAL e pelo canal da Alesc no YouTube.

Participam da audiência entidades representativas dos servidores públicos de Santa Catarina, deputados estaduais e federais. Para o Fórum Estadual dos Servidores Públicos, se aprovada, a reforma administrativa promoverá uma desestruturação contundente no atual modelo de prestação de serviço público no Brasil, com prejuízos à toda a população. A PEC 32 atinge a União, estados e municípios de maneira direta e imediata.

A reforma administrativa impactará todas as áreas do serviço público e, de maneira muito significativa, a saúde e a educação — 39,8% de todos os servidores públicos no Brasil estão na área da saúde (12,3%) e educação básica (27,4%). Portanto, quando se fala em serviços e servidores públicos se fala sobre saúde e educação.

De acordo com o Fórum dos Servidores Públicos de SC, a prestação de serviços essenciais, que hoje é uma obrigação do Estado, poderá deixar de ser obrigação estatal se a reforma administrativa for aprovada. Isso, segundo o Fórum, privará as pessoas destes serviços essenciais ou até mesmo fará com que as pessoas tenham que pagar por eles.

Entre as medidas que desconfiguram a estrutura da administração pública nos âmbitos federal, estadual e municipal está a extinção do regime jurídico único (estatutário) e via concurso público, abrindo a possibilidade para cinco novas formas de vínculo com o Estado. Sobre isso, abre-se uma janela para o aumento de cargos comissionados sem concurso.

Participam da audiência pública desta quinta-feira na Alesc representantes de entidades como o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc), Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe) e Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem).

A PEC 32 já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde o deputado Darci de Matos (PSD), de Santa Catarina, foi o relator. Agora, a PEC está sendo discutida numa comissão especial da Câmara, que realiza a sua primeira audiência pública nesta terça-feira (22), com o tema “Inovação na Administração Pública''.

terça-feira, 15 de junho de 2021

SEM SUS É “DÁ OU DESCE”

 

Informações do Portal do Ministério da Saúde mostram que mais de 15 milhões de pessoas se recuperaram da Covid-19 no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE-2019) 71,4% da população depende exclusivamente do SUS. Isso quer dizer que o SUS salvou a vida de pelo menos 10,7 milhões de pessoas durante a pandemia. Sem falar que todo mundo precisa do SUS para se vacinar contra a Covid-19.

Mas ao promover a retirada de recursos da saúde pública por meio da aprovação da Reforma Administrativa (PEC 32), a Deputada Vampira está pensando apenas em transferir para a iniciativa privada boa parte dos R$ 171,72 bilhões destinados ao SUS em 2021 (Portal da Transparência).

A inclusão do princípio da subsidiariedade no art.37 da Constituição é a reedição do abominável “ou dá ou desce”, ou paga plano de saúde ou morre sem atendimento. 

#PECdaMamata #pec32não #ChegadeMitos

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 10: concentrando esforços no relator da proposta

 

Para o mês de maio o Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina centrou esforços em pressionar o deputado federal Darci de Matos, que tem sua base eleitoral em Joinville. Essa estratégia é em virtude de ele ter sido designado relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados. Nesse relatório se debate a constitucionalidade ou não da proposta. 

Como forma de pressão mais direta foi realizada campanha pela defesa dos serviços públicos e contra a Reforma Administrativa, com a aplicação de 40 outdoors em uma única cidade na defesa da saúde e educação para todos.

O apelo foi para que Darci de Matos não apresentasse o relatório da reforma administrativa. 


Foram criadas duas artes, tendo sido aplicadas em 20 outdoors cada. O destaque é justamente para as áreas de educação e saúde, pois são as que seriam as mais afetadas com a Reforma Administrativa, e, portanto, as que mais prejudicam a população que depende do atendimento desses serviços públicos.




Concomitante a isso também foi contratado carro de som para percorrer as ruas daquele município denunciando os danos daquilo que o governo propõe.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 9: a luta é sindical, mas também política

 

Da mesma forma que foi realizada reunião com o Deputado Federal Pedro Uczai foi agendada uma semelhante entre os representantes do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina e o Deputado Federal Celso Maldaner e a corrente MDB Trabalhista. 

Ocorrida na segunda-feira, dia 19 de abril, os representantes das entidades de servidores públicos puderam apresentar ao deputado uma série de argumentos demonstrativos do quão danosa é a proposta da Reforma Administrativa. Também os que representam a corrente do MDB se demonstraram contrários ao proposto pelo governo, e instaram o deputado a se posicionar a favor do serviço público. 


Celso Maldaner argumentou que iria se debruçar com cuidado sobre a proposta, pois até o momento ainda não o havia feito. E também disse que iria levar em conta os argumentos trazidos para ele. Entretanto, não houve um compromisso formal de votar contra a PEC32, então cabe nos manter alerta e pressionando das formas que for possível para que os deputados entendam como a Reforma Administrativa irá impactar na prestação de todos os serviços públicos. 


quinta-feira, 10 de junho de 2021

CLOROQUINA AO INVÉS DE VACINA?

CLOROQUINA AO INVÉS DE VACINA?

Já imaginou como seria desastroso se os enfermeiros e técnicos do SUS, à exemplo de certos governantes, decidissem distribuir cloroquina ao invés de vacina? Sem estabilidade e concurso, os servidores atenderiam aos interesses de quem os indicou ou do governante de plantão e não às necessidades da população.

A Reforma Administrativa prevê a modificação do art. 84 para criar formas de acesso e restrições à permanência de servidores, mas só ganha com isso os que querem indicar apadrinhados para corromper toda a estrutura do serviço público.

Até aqueles servidores que não sabem onde andam com a cabeça já entenderam que a PEC 32 também vai afetar quem já está no serviço público e não apenas os que ainda vão entrar.

#pec32não #ChegadeMitos

Crônicas SINDTAE 8: articulações políticas em defesa do serviço público

Durante o mês de fevereiro o SINDTAE se somou às demais entidades nos alertas contra o retorno de atividades presenciais no estado e os impactos que isso poderia causar no aumento de casos da COVID. Representantes do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina entregaram em mãos do governador Carlos Moisés uma “Carta dos trabalhadores de SC para o Governador do Estado: em defesa da vida!”, a qual está disponível na íntegra no link: http://www.sindtae.com.br/2021/03/carta-dos-trabalhadores-de-sc-para-o.html

Tão importante quanto a luta contra a Reforma Administrativa é a defesa da vida, dessa forma estamos sempre unidos para resistir a ações que possam colocar em risco as pessoas. 

Já com relação específica a luta contra a Reforma Administrativa foi promovido uma reunião 

intitulada como “Encontro Resistência e luta: no sindicato e no parlamento”, que se constituiu de um diálogo entre dirigentes sindicais de serviços públicos das três esferas com o Deputado Federal Pedro Uczai, na sexta-feira, dia 26 de março. 

Foram mais de 50 participantes de pelo menos 20 entidades diferentes, sendo que falaram inicialmente um(a) representante de cada Central Sindical, e escutamos o Deputado Federal Pedro Uczai acerca dos trabalhos no parlamento sobre a PEC 32. Foi aberto um debate e se chegou a um acordo sobre os seguintes propostas:

1 - Organizar uma agenda de pressão sobre os parlamentares, reuniões, mobilizações nas suas bases, nas Câmaras de Vereadores e nas casas dos parlamentares;

2 - Unificar ainda mais o discurso em três ou quatro ideias chave (falar a mesma linguagem) - criar um GT de produção de conteúdo; 

3 - Definir uma agenda de mobilização e debates com todas as categorias de serviços públicos no estado de SC, com cronograma unificado (um sindicato ajuda outro);

4 - Alinhar uma estratégia de diálogo com a sociedade, campanha nas ruas e nas redes, disputar opinião pública, usar argumentos que mostram as perdas e chamar para a ação. 

Dessas propostas foram dados alguns encaminhamentos ao longo de abril e maio. 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 7: primeira campanha de mídia contra a PEC 32

Concomitante aos trabalhos a serem realizados pelo DIEESE o Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina ao longo do mês de janeiro programou uma campanha de mídia contra a Reforma Administrativa e em defesa dos serviços e dos servidores públicos. 

Para a segunda quinzena de fevereiro foram contratados 2 outdoors em Joinville e 2 em Chapecó por 4 semanas e 20 busdoors em Florianópolis e 10 em Criciúma também por 4 semanas. A partir de 15 de março, os busdoors circularam com o material também em Blumenau.





Para Chapecó não foi viável a contratação de busdoor pois a empresa só aceita prazo mínimo de 6 meses, o que não se demonstrou viável. 

Diante da boa repercussão em Florianópolis foi prorrogada a campanha por mais quinze dias no início de março. 

terça-feira, 8 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 6: o início das ações em defesa do serviço público


Ainda em dezembro de 2020 as reuniões do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina - FSPSC definiram que um primeiro movimento deveria ser coletar dados devidamente embasados para subsidiar de forma qualificada o debate. Se o governo apresenta seus argumentos com base numa “percepção” de que os serviços públicos são caros e de baixa qualidade, temos então a situação de rebater tais “percepções” com informações devidamente referenciadas. 

Dessa forma foi estabelecido contato com o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos para contratar profissionais que elaborassem o material. Assim, foram elencadas três das principais propagandas (mentirosas) para serem abordadas, conforme detalhado a seguir: 


1) Com relação à propaganda 1 - “Santa Catarina sofre com um inchaço de pessoas no serviço público e empreguismo”:

● Número de servidores e necessidade de servidores: áreas com maior déficit;

● Comparação do número de servidores em relação proporcional ao tamanho da população: Brasil, Estado de SC, outros Estados/países;

● Número de cargos vagos (e tipos/lista de cargos) em relação ao aumento populacional;

● Número de estagiários, comissionados, ativos, aposentados, temporários, novos servidores (concursados) em relação ao aumento populacional ;

● Número de afastamentos em relação ao aumento populacional ;


2) Com relação à propaganda 2 - “Os servidores públicos que atuam no território catarinense são privilegiados, em termos de condições laborais e econômicas”:

● Remuneração (faixas salariais por diferentes unidades, média salarial, mediana, e poder de compra);

● Vencimentos e vantagens fixas, despesa de pessoal: dimensão de massa salarial no tempo;

● Comparação entre a expansão do nível de formação profissional dos servidores e a queda da remuneração (força de trabalho melhor qualificada e pior remunerada);

● Número de trabalhadores terceirizados e contratos com empresas terceirizadas;

● Dimensionamento da expansão dos cargos comissionados em comparação com a queda de concursados;

● Evolução do índice de afastamento por adoecimento, como expressão da intensificação do trabalho;

● Relação entre número de admitidos no ano e número de afastados;


3) Com relação à propaganda 3 - “Os servidores públicos que atuam no território catarinense são um peso para a sociedade e o orçamento público”:

● Orçado e realizado nas diferentes áreas;

● Dotação inicial, atualizada e valores liquidados nas diferentes áreas; 

● Transferência para pgto de juros, renúncia fiscal, alienações (incentivos aos setores privados);

● Análise crítica da execução da LOA, construindo séries históricas que apontem quais as áreas sociais têm perdido na disputa orçamentária e como os valores executados têm se comportado em termos reais;


Diante da relevância do material o SINDTAE aderiu ao contrato, e o cronograma de trabalho acertado foi de janeiro a junho de 2021, e a partir desse mês deverá ser iniciada a campanha de divulgação dos dados levantados. 

7 EM CADA 10 DEPENDEM DO SUS

 

7 EM CADA 10 DEPENDEM DO SUS

A Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE-2019), mostra que 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso quer dizer que 71,5% da população recorre a postos de saúde e hospitais públicos quando necessitam de tratamento médico.

Se aprovada, a PEC 32 vai tirar recursos do SUS e direitos dos servidores da saúde, deixando 7 em cada 10 brasileiros sem atendimento para que os grandes conglomerados privados cobrem mais pelo serviço.

Quem também vai se beneficiar com a alteração do art. 37-A da Constituição proposta pela Reforma Administrativa é o Senador Papão que está pronto para abrir uma clínica e oferecer atendimento de baixa qualidade por preços exorbitantes e ainda receber apoio de verbas públicas.

#pec32éTremdaAlegria #pec32não #ChegadeMitos


segunda-feira, 7 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 5: primeiras considerações do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina

Sempre temos de lembrar que estamos em meio a uma pandemia mundial, sendo a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Portanto se configura como cada vez mais necessário reforçar a estrutura de apoio à população através de serviços públicos. Porém, mesmo desconsiderando as mais de 450 mil vidas perdidas até agora, as milhões de pessoas enlutadas, as que estão sofrendo com sequelas, as que perderam empregos… diante desse cenário a prioridade do governo e seus aliados é aprovar uma reforma que DESMANCHA os serviços públicos. 

Quando as entidades representativas dos servidores públicos se unem contra a PEC 32 não é para “preservar seus privilégios”. Primeiro pelo motivo de que a imensa, senão quase a totalidade dos atingidos pela PEC 32 não possuem os alegados privilégios. Afinal ela não vai atingir juízes, promotores, militares e políticos, que são as categorias aí sim que estão cheias de privilégios. Além disso, todas as demais não possuem “privilégios”, e sim DIREITOS adquiridos após muitas lutas e união de cada categoria. E são com os DIREITOS que eles querem acabar.

Uma das primeiras análise resultantes das reuniões do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina - FSPSC foi justamente de que é preciso desconstruir todas as mentiras, os “mitos” que o governo usa para tentar aprovar sua proposta de desmanche do serviço público. 

Outro consenso das análises é o fato de que com a extinção das carreiras, independente da esfera de atuação, não serão apenas os servidores públicos que terão prejuízos, mas sim principalmente a população, que ficará refém de ser atendida por pessoas sem concursos, e que a qualificação mais importante é ter um contato com o político da vez que estiver ocupando a cadeira. 

São tantos os problemas dessa PEC 32 que se tornou inadiável a união em defesa do serviço público, o que tem sido cada vez mais presente na atuação das entidades. Na próxima crônica iniciaremos a descrição das principais delas, e alguns dos efeitos alcançados.


sábado, 5 de junho de 2021

CIÊNCIA É INDEPENDÊNCIA|

Relatório encomendado pela Capes (Ministério da Educação) mostra que entre 2013 e 2018, 15 universidades públicas foram responsáveis por 60% da produção científica no Brasil. O dado demonstra como o país necessita do investimento público para avançar tecnologicamente e alcançar desenvolvimento econômico e social sem precisar se endividar com órgãos monetários internacionais. 

Além disso, a universidade pública brasileira é responsável pela formação dos melhores profissionais em praticamente todas as áreas de conhecimento. De acordo com o Ranking de Universidades da Folha de São Paulo, as 17 melhores universidades do país são públicas.

Mas a Reforma Administrativa proposta pelo governo federal vai acabar com os sonhos da trabalhadora Fadinha de se formar e conseguir um emprego melhor, pois retira direitos dos servidores e investimentos da educação por meio das alterações dos artigos 37 e 84 da Constituição Brasileira.

#PECdaPicanha #pec32não #ChegadeMitos

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 4: a reação ganhando força

Diante da gravidade da ameaça de desmonte dos serviços públicos do país, um conjunto de entidades começou a se articular para realizar um enfrentamento ao ataque. 

Essa articulação se dá a partir da constituição em novembro de 2020 de um Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina, ao qual o SINDTAE foi convidado a fazer parte. Neste grupo temos membros das entidades representativas dos servidores públicos federais, estaduais, municipais, empresas estatais e também de algumas centrais sindicais. Dentre elas, além do SINDTAE, da educação participam SINTUFSC, APUFSC, SINASEFE, APRUDESC (da UDESC), SINTE e FETRAM.

O objetivo principal do Fórum dos Servidores de SC é articular, de forma unificada, campanhas de comunicação e ações em geral, unindo esforços e recursos para denunciar os danos da PEC 32 e realizar a defesa do serviço público. 

Atualmente não temos conhecimento de fóruns semelhantes no RS ou PR, mas sem dúvidas iremos aderir a essas iniciativas se elas forem desenvolvidas nos dois estados.

Em consonância a esse movimento estadual também foram criados grupos de âmbito nacional, aos quais nos inserimos a partir da participação no Fórum Estadual. O grupo estadual também está articulado com ações do FONASEFE - Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, composto pelas diversas entidades, dentre elas o ANDES/SN, FASUBRA, PROIFES  e SINASEFE, para mencionar apenas as representativas da educação federal. 

Desse cenário de ataques podemos tirar como ponto positivo justamente o fato de que a reação significou uma grande união entre tantas entidades representativas, um movimento que anteriormente não tinha alcançado uma dimensão tão grande.

Acreditamos que essa união de forças também se refletirá nos futuros processos de defesa e melhoria do serviço público.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

PEC 32: MILHÕES DE CRIANÇAS NAS RUAS|


 PEC 32: MILHÕES DE CRIANÇAS NAS RUAS|

De acordo com o Ministério da Educação, em 2020 a rede pública foi responsável por mais 38,5 milhões (81,4%) de matrículas na educação básica em todo o Brasil contra menos de 9 milhões (18,6%) no ensino privado.

Se aprovada, a Reforma Administrativa (PEC 32), vai diminuir os investimentos e cortar direitos dos servidores da educação municipal, estadual e federal, por meio das alterações dos artigos 37 e 84 da Constituição Brasileira. A medida vai causar o aumento da evasão escolar, o crescimento do número de crianças nas ruas e o aumento das mensalidades do ensino privado.

Mas na mente perversa do Ministro Duende, os estudantes de escolas públicas, jovens e crianças de 0 a 17 anos, não passam de pequenos "parasitas" no caminho do lucro das instituições privadas de educação.

#ChegadeMitos #PECdaGranada #pec32não 

Crônicas SINDTAE 3: toda ação causa uma reação - a defesa do serviço público

Na sequência de nossas crônicas, trazemos agora um resgate da cronologia das principais ações de luta em defesa do serviço público frente ao ataque da PEC 32. 


No dia 30 de setembro foi realizada uma live em parceria com o SINDUFFS, com o tema: “A Reforma Administrativa e seus possíveis impactos na UFFS”, onde foram apresentados os principais pontos da proposta que tenta atacar os serviços públicos em geral.

Ela está disponível em https://www.facebook.com/449290628425768/videos/255565209090316

Essa live gerou como um dos frutos uma postagem no site do SINDTAE em 16 de outubro de 2020, com o texto que novamente reproduzimos: 

Considerações sobre a Reforma Administrativa

O nosso colega Guilhermo Romero, Coordenador de Finanças do SINDTAE/UFFS, realizou extenso e aprofundado trabalho de análise sobre a PEC 32/2020, que consiste em criar as bases para um desmonte do serviço público da forma que foi pensado na Constituição de 1988.

Conforme será possível avaliar, esse extenso trabalho permite conhecermos a proposta de forma mais aprofundada, o que nos traz subsídios para elaborar estratégias de enfrentamento e debate contra o desmanche do serviço público.

Se normalmente uma proposta de Emenda à Constituição de 1988 deveria propor o avanço do acesso a direitos, ou mesmo minimamente garantir os que ela prevê, nos últimos tempos esse artifício jurídico tem sido largamente utilizado para atacar as populações mais vulneráveis, quando são colocados uma série de restrições de acesso a direitos básicos.

Além de atacar diretamente a qualidade do serviço público como um todo, em todas as suas esferas, essa reforma consegue também atingir pautas históricas da categoria: dos TAEs, quando praticamente inviabilizará a execução dos turnos contínuos sem redução de vencimentos, a isonomia entre os servidores através de concursos e carreiras idênticas para os mesmos cargos, dentre tantas outras implicações.

Dessa forma, cabe continuarmos atentos e mobilizados em todo o país, através da articulação entre as esferas municipais, estaduais, federais e também das empresas públicas. Dialoguemos com familiares e amigos sobre como essa reforma vai piorar a vida de todos. E aproveitamos a oportunidade de questionar a todos os candidatos a prefeito e vereadores sobre o que eles acham da proposta da reforma administrativa e seus impactos no atendimento da população, e o que eles pensam em falar para os deputados dos seus partidos sobre isso.

Continuemos juntos na luta por uma sociedade mais justa, pois é na união que está a nossa força.

Faça o download do documento no link: Reforma_administrativa_analise_impactos

Material complementar pode ser consultado em uma apresentação elaborada pela FASUBRA:

Reforma_admininstrativa_Fasubra_2020


quarta-feira, 2 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 2: síntese de uma receita para o desastre



Como apresentado na primeira parte dessas crônicas (disponível aqui <link>) o governo tenta desmontar os serviços públicos com a PEC 32. Temos então de apresentar uma síntese do teor da proposta da PEC 32 trazia: 

1) Abre as portas para todo tipo de parceria, terceirização e “cooperação” que vise passar para a iniciativa privada a prestação de serviços públicos, escancarando as portas para todo tipo de fisiologismo, indicação política e acomodação de apaniguados dentro da máquina pública privatizada. Somada a essa política destrutiva, ainda teremos a desvalorização completa dos cargos públicos, como será visto a seguir;

2) Mantém a estabilidade apenas para “cargos típicos de Estado”, cuja definição será dada por uma Lei Complementar Federal. Os demais cargos serão de “vínculo por prazo indeterminado”, o qual poderá ser rompido segundo os critérios que virão a ser estabelecidos em lei. O fim da estabilidade, em qualquer medida, é um atentado à democracia e abre portas para todas as espécies de perseguições aos servidores que não se adaptarem às chefias e aos governos de ocasião. Não é à toa que a proposta vem sendo vergonhosamente apelidada de PEC DA RACHADINHA, pois, quem tiver um chefe criminoso, terá que se submeter a tudo para manter seu cargo, sem qualquer proteção legal decente;

3) Além do concurso de provas ou de provas e títulos, passa a exigir, para os “cargos típicos de Estado”, como etapa para a investidura no cargo público (etapa do concurso, portanto), que o servidor fique dois anos com “vínculo de experiência” tendo desempenho satisfatório. Após esses dois anos, somente os mais bem avaliados que ficarem dentro do número de vagas ofertadas efetivamente serão investidos no cargo público. Durante o “período de experiência”, o servidor não poderá desempenhar nenhuma outra atividade remunerada. Ou seja, o governo quer que “a pessoa se dedique muito para um concurso, passe em uma prova altamente concorrida, abra mão de sua vida profissional no período de experiência para, após dois anos trabalhando no órgão, descobrir se ficou na frente dos demais candidatos (estarão em período de experiência mais candidatos do que vagas existentes) e, finalmente, conseguiu o cargo público*. Uma verdadeira bizarrice;

4) A lógica do item anterior se aplicará mesmo para os “cargos com vínculo por prazo indeterminado”, com a diferença que o período de experiência será de um ano e não há a vedação genérica a qualquer outra atividade remunerada. Só que tudo isso para ser investido em um cargo que não terá estabilidade e estará sujeito a perseguições políticas e ideológicas de todas as ordens;

5) Mesmo quem tiver a sorte de ser considerado “carreira típica de Estado”, não poderá realizar qualquer outra atividade remunerada, inclusive a acumulação de cargos públicos, para os servidores ocupantes de cargos típicos de Estado, mesmo durante o período do vínculo de experiência, ressalvado o exercício da docência ou de atividade própria de profissional da saúde, com profissão regulamentada, quando houver compatibilidade de horários e desde que observada a “duração máxima da jornada para fins de acumulação de atividades remuneradas” prevista em lei complementar federal;

6) Fim do regime jurídico único, o que abre portas para servidores dos mais diversos regimes trabalharem perante o mesmo órgão (celetista, estatutária, regime híbrido etc.), o que pode gerar as mais diversas desigualdades, “rivalidades” etc.;

7) Além de outras restrições, fica proibida a “redução de jornada sem a correspondente redução de remuneração, exceto se decorrente de limitação de saúde, conforme previsto em lei”, assim como a estipulação de “parcelas indenizatórias sem previsão de requisitos e valores em lei, exceto para os empregados de empresas estatais, ou sem a caracterização de despesa diretamente decorrente do desempenho de atividades”. A ideia é promover a caça às bruxas às parcelas indenizatórias atualmente pagas e inviabilizar qualquer pleito de redução de jornada;

8) Perda do direito à “remuneração de cargo em comissão ou de liderança e assessoramento, função de confiança, gratificação de exercício, bônus, honorários, parcelas indenizatórias ou qualquer parcela que não tenha caráter permanente” durante os períodos de afastamento ou licenças dos servidores, salvo no caso de “afastamento por incapacidade temporária para o trabalho”, cessões ou requisições. As mulheres em licença gestante serão umas das mais afetadas pela proposta;

9) Para os servidores estáveis, agora o cargo público poderá ser perdido em razão de decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado (antes a perda só poderia ocorrer com o trânsito em julgado da decisão). Além disso, o cargo poderá ser perdido mediante avaliação periódica de desempenho, na forma da lei, assegurada a ampla defesa (antes era “na forma de lei complementar”);

10) Dentre outros ataques aos serviços e aos servidores públicos, visando nos vender como os grandes culpados pelos males da humanidade.

Fonte:https://sindjufems.org.br/resumo-da-proposta-de-reforma-administrativa-do-governo-federal-pec-32-2020/

Na próxima crônica apresentaremos outros desdobramentos que surgiram como reação a essa proposta, apresentando as atividades do SINDTAE e demais entidades em defesa do serviço público.

terça-feira, 1 de junho de 2021

Crônicas SINDTAE 1: PEC 32 ataca o serviço público


A Executiva do SINDTAE inicia uma série de publicações apresentando ações realizadas no decorrer dos últimos meses sobre a (de)Reforma Administrativa, Teletrabalho, Dimensionamento, enfrentamento à pandemia e demais pautas de interesse da categoria. Inicialmente abordaremos ao longo de alguns textos o tema da PEC 32 e suas consequências, sendo esta primeira parte um pouco mais extensa diante da complexidade do tema. 

Para registro, cabe lembrar a discussão de fundo de que o atual governo no segundo turno recebeu 57.797.847 de votos, sendo que os demais 89.507.308 não votaram nele (somando segundo lugar, brancos, nulos e abstenções). Ou seja, mesmo tendo sido eleito há de se minimamente questionar o respaldo de um governo desses apresentar uma proposta que, em síntese, acaba com o serviço público no Brasil aos moldes do que foi pensado pela Assembleia Constituinte de 1988. 

Em 3/9/2020 o governo Bolsonaro apresentou à Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda Constitucional n. 32/2020 que "Altera disposições sobre servidores, empregados públicos e organização administrativa". 

Dito isso, ela propõe alterar 27 trechos da Constituição e introduzir 87 novos, sendo quatro artigos inteiros. As principais medidas tratam da contratação, da remuneração e do desligamento de pessoal. 

Na próxima crônica apresentaremos uma síntese com dez pontos que apresentam os principais problemas identificados na proposição de emenda constitucional.