Sempre temos de lembrar que estamos em meio a uma pandemia mundial, sendo a maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Portanto se configura como cada vez mais necessário reforçar a estrutura de apoio à população através de serviços públicos. Porém, mesmo desconsiderando as mais de 450 mil vidas perdidas até agora, as milhões de pessoas enlutadas, as que estão sofrendo com sequelas, as que perderam empregos… diante desse cenário a prioridade do governo e seus aliados é aprovar uma reforma que DESMANCHA os serviços públicos.
Quando as entidades representativas dos servidores públicos se unem contra a PEC 32 não é para “preservar seus privilégios”. Primeiro pelo motivo de que a imensa, senão quase a totalidade dos atingidos pela PEC 32 não possuem os alegados privilégios. Afinal ela não vai atingir juízes, promotores, militares e políticos, que são as categorias aí sim que estão cheias de privilégios. Além disso, todas as demais não possuem “privilégios”, e sim DIREITOS adquiridos após muitas lutas e união de cada categoria. E são com os DIREITOS que eles querem acabar.
Uma das primeiras análise resultantes das reuniões do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina - FSPSC foi justamente de que é preciso desconstruir todas as mentiras, os “mitos” que o governo usa para tentar aprovar sua proposta de desmanche do serviço público.
Outro consenso das análises é o fato de que com a extinção das carreiras, independente da esfera de atuação, não serão apenas os servidores públicos que terão prejuízos, mas sim principalmente a população, que ficará refém de ser atendida por pessoas sem concursos, e que a qualificação mais importante é ter um contato com o político da vez que estiver ocupando a cadeira.
São tantos os problemas dessa PEC 32 que se tornou inadiável a união em defesa do serviço público, o que tem sido cada vez mais presente na atuação das entidades. Na próxima crônica iniciaremos a descrição das principais delas, e alguns dos efeitos alcançados.