Novamente o governo Bolsonaro promove ataques contra o que deveria ser a sua maior responsabilidade: atender com qualidade a população brasileira. Não é novidade que o governo Bolsonaro é inimigo da educação e ciência, atacando com redução de recursos e intervenção nas reitorias de universidades, e agora dá um passo à frente mostrando sua incompetência para gerir a coisa pública. Resultado direto de sua tentativa de comprar a eleição, Bolsonaro agora precariza ainda mais as atividades em diversos ministérios e órgãos, cortando a liquidação das despesas com os prestadores de serviços da Universidade, como: vigilância, restaurante universitário, limpeza e conservação, entre outros.
Ainda mais grave é prejudicar diretamente o atendimento da farmácia popular, o pagamento de pesquisadores em mestrados e doutorados, residências médicas e estudantes atendidos por bolsas e auxílios destinados para aqueles que estão em maior vulnerabilidade. Esse ataque se constitui mais um fator direto para evasão discente, demonstrando como os cortes fazem parte de um projeto de exclusão.
O governo está arrecadando mais impostos, mas devido a sua escolha de gastar mais antes das eleições, concedendo auxílios aos taxistas e caminhoneiros, subsidiando o preço dos combustíveis, dentre outras “benesses” de claro cunho eleitoral, realiza cortes em toda administração federal. Outro fator questionável é a destinação de quase R$ 16,5 bilhões para o "orçamento secreto", que é um dinheiro sobre o qual praticamente não existe transparência. Esse valor do orçamento secreto significa mais do que o dobro do que é previsto para as universidades federais, e maior do que seis vezes do que para a Farmácia Popular, apenas como exemplo de que dinheiro existe, mas ele está sendo desviado pelo governo para pagar outros compromissos.
Cortar as verbas discricionárias das universidades e institutos federais foi uma escolha deliberada e pensada pelo governo Bolsonaro, pois subestimaram propositalmente as despesas obrigatórias, para abrir folga para pagar a gastança eleitoral. No apagar das luzes de seu desgoverno, lavou as mãos e legou ao país um calote generalizado. Essa sabotagem criminosa não pode passar impune.
Diante desse cenário em que os maiores prejudicados são os estudantes que tiveram cortadas suas bolsas e auxílios, que em muitos casos são as únicas fontes de recursos financeiros que subsidiam sua existência e presença na universidade, o SINDTAE vem manifestar seu apoio às mobilizações dos estudantes da UFFS, os quais demonstram com sua união uma resistência que deve ser cada vez mais fortalecida por todos.
Como as instituições no país demoram a agir contra esses desmandos do governo, isso quando agem, cabe a todos nós servidores, docentes e técnicos administrativos em educação, nos somarmos a essa luta principalmente enquanto cidadãos, pois as últimas eleições demonstraram que eles podem ter o controle do dinheiro, mas é na força de nossa união que conseguimos derrotar esses projetos de desmonte do Estado e ataques contra os mais vulneráveis.
Demais ações serão articuladas para tentarmos fortalecer as mobilizações, seguindo o espírito que o gigante Paulo Freire tão bem já propunha:
"É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”